
Tem coisas que a gente nunca esquece:
- O primeiro sutiã,
- O primeiro namorado,
- O primeiro beijo,
- O nascimento dos filhos...
Bem, a partir do nascimento dos filhos então, a cada dia você tem novas experiências: ora engraçada, ora embaraçosa... E foi numa situação assim - embaraçosa - que me encontrei numa manhã maravilhosa de verão, onde o sol vinha beijar o mar no canto da Lagoa.
Verão sempre foi nossa estação preferida. Levar uma cabana para a beira do mar era algo que adorávamos fazer em família. Minha filha tinha apenas três anos, mas já conhecia bem o lugar, pois ali era o seu território de veraneio.
Todo aquele ritual: procurar o melhor local, armar a barraca, colocar as coisas no lugar... Enfim, tudo aquilo era uma grande festa e fazíamos com muita satisfação e ela - minha filha - mesmo muito pequena, acompanhava cada passo.
Chegamos num final de tarde, mas conseguimos colocar tudo em ordem, para no dia seguinte aproveitarmos cada minuto. Iria começar na manhã seguinte a rotina que iria se estender pelos próximos trinta dias.
Os dias se passavam normalmente e calmos durante a semana, mudando totalmente aos finais de semana, quando mais pessoas apareciam no camping. Muitas vezes, apenas para passar um domingo com a família: mulher, filhos, cachorro, papagaio... Uma festa!!
E foi num domingo escaldante de sol, que tive a minha primeira e pior situação embaraçosa, que me deixou numa saia justa, embora estivésse de biquini. E são estes momentos, estas situações que faz com que você perceba a "sutil diferença".
Estávamos sentadas a beira mar - eu, minha filha e uma cunhada. Enquanto eu e minha cunhada tomávamos sol, minha filha brincava fazendo castelinhos na areia. Uma vez por outra ia até o mar buscar um pouco de água no seu baldinho.
Ao nosso lado estava uma família de afro descendentes - mãe, filho e avó - também aproveitando aquele domingo maravilhoso de sol. As duas mulheres estavam sentadas conversando, enquanto a criança- um menino - também fazia uns castelinhos na areia.
Percebi que minha filha observava aquele menino e por várias vezes peguei-a olhando firmemente em sua direção. Em caminhadas discretas ela foi se aproximando do menino, parecia meio desconfiada ou com vergonha.
Eu achei natural, afinal crianças quando se encontram na praia, ou em parques, são como tribos, tendem a se juntar, por isso não me preocupei e ainda a encorajei a chegar mais próximo e convidá-lo para brincar.
Mal sabia eu o que me esperava. Ela ao chegar perto do menino, olhou fixamente no seus olhos, passou sua pequena mãozinha no braço dele, olhou na minha direção e como se estivesse soltando um grito de alívio me falou:
- Mãe!! Olha só, a tinta não sai.
Quem saiu em disparada com minha filha pela mão fui eu. Não tive nem coragem de olhar para o lado e ver a reação daquelas pessoas. Apenas cruzei o gramado, que não tinha mais que cinquenta metros, mas que para mim, naquele momento, me pareceu maior que um campo de futebol.
Então, naquele dia lhe expliquei que Deus criou a mistura de raças e que embora diferentes, somos todos iguais diante dos olhos de Deus, pois somos sua imagem e semelhança. E que cada um é um ser único e exclusivo, assim como uma obra de arte.
Talvez naquele dia, ela não tenha compreendido exatamente as minhas palavras, mas tenho certeza que inconscientemente ela absorveu o recado. Hoje tornou-se uma grande mulher que compreende que somos seres únicos e que nossas diferenças não nos fazem seres melhores ou piores.
Verão sempre foi nossa estação preferida. Levar uma cabana para a beira do mar era algo que adorávamos fazer em família. Minha filha tinha apenas três anos, mas já conhecia bem o lugar, pois ali era o seu território de veraneio.
Todo aquele ritual: procurar o melhor local, armar a barraca, colocar as coisas no lugar... Enfim, tudo aquilo era uma grande festa e fazíamos com muita satisfação e ela - minha filha - mesmo muito pequena, acompanhava cada passo.
Chegamos num final de tarde, mas conseguimos colocar tudo em ordem, para no dia seguinte aproveitarmos cada minuto. Iria começar na manhã seguinte a rotina que iria se estender pelos próximos trinta dias.
Os dias se passavam normalmente e calmos durante a semana, mudando totalmente aos finais de semana, quando mais pessoas apareciam no camping. Muitas vezes, apenas para passar um domingo com a família: mulher, filhos, cachorro, papagaio... Uma festa!!
E foi num domingo escaldante de sol, que tive a minha primeira e pior situação embaraçosa, que me deixou numa saia justa, embora estivésse de biquini. E são estes momentos, estas situações que faz com que você perceba a "sutil diferença".
Estávamos sentadas a beira mar - eu, minha filha e uma cunhada. Enquanto eu e minha cunhada tomávamos sol, minha filha brincava fazendo castelinhos na areia. Uma vez por outra ia até o mar buscar um pouco de água no seu baldinho.
Ao nosso lado estava uma família de afro descendentes - mãe, filho e avó - também aproveitando aquele domingo maravilhoso de sol. As duas mulheres estavam sentadas conversando, enquanto a criança- um menino - também fazia uns castelinhos na areia.
Percebi que minha filha observava aquele menino e por várias vezes peguei-a olhando firmemente em sua direção. Em caminhadas discretas ela foi se aproximando do menino, parecia meio desconfiada ou com vergonha.
Eu achei natural, afinal crianças quando se encontram na praia, ou em parques, são como tribos, tendem a se juntar, por isso não me preocupei e ainda a encorajei a chegar mais próximo e convidá-lo para brincar.
Mal sabia eu o que me esperava. Ela ao chegar perto do menino, olhou fixamente no seus olhos, passou sua pequena mãozinha no braço dele, olhou na minha direção e como se estivesse soltando um grito de alívio me falou:
- Mãe!! Olha só, a tinta não sai.
Quem saiu em disparada com minha filha pela mão fui eu. Não tive nem coragem de olhar para o lado e ver a reação daquelas pessoas. Apenas cruzei o gramado, que não tinha mais que cinquenta metros, mas que para mim, naquele momento, me pareceu maior que um campo de futebol.
Então, naquele dia lhe expliquei que Deus criou a mistura de raças e que embora diferentes, somos todos iguais diante dos olhos de Deus, pois somos sua imagem e semelhança. E que cada um é um ser único e exclusivo, assim como uma obra de arte.
Talvez naquele dia, ela não tenha compreendido exatamente as minhas palavras, mas tenho certeza que inconscientemente ela absorveu o recado. Hoje tornou-se uma grande mulher que compreende que somos seres únicos e que nossas diferenças não nos fazem seres melhores ou piores.
3 comentários:
É Carmem, tenho certeza que ela aprendeu muito bem a lição.
Já te falei uma vez, e volto a repetir. A educação que vc deu pra suas filhas foi incrível.
Eu mesmo sou prova disso!!!
Afinal, assim como essa família de afro-descendentes são discriminados.
Eu, como homosexual, também sofri e sofro muito preconceito.
O que nunca aconteceu da parte da sua familia.
Aliás, muito pelo contrário, né
Nos damos muuuuuuuito bem.
Adoro todas vcs. beijos
Lê meu blog
maaa-oê. quem seria essa pequena? hahaha
beijo, mama!
Por aqui. Por acaso. Mas adorei =)
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