terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"Vida Louca"

Não sei o que é mais louco, se viver numa cidade agitada cheia de pessoas que se esbarram e nem se quer se olham ou sair dela e ficar num êxtase de nada prá fazer. Sentar na beira do mar e ficar horas a fio olhando aquela imensidão, sem ouvir nada, mesmo que a praia esteja repleta de gente - leia-se turistas. Não sei até que ponto é loucura viver no corre - corre da vida atribulada de trabalho onde mal se tem tempo para comer uma comida descente. Onde passamos oito horas - se não mais - do dia correndo contra o relógio, contra o tempo e contra tudo que nos atrase e nos faça correr. Loucura viver num silêncio mórbido, onde o que se ouve são apenas as ondas que quebram na beira do mar ou num costão próximo a sua cabana. E o que se ouve são pequenos pássaros que vem até sua janela dar bom dia e avisar que lá longe o por-do-sol já está por vir, daquele jeito mais lindo e único, pois a cada dia ele é surpreendentemente diferente, mas não conseguimos perceber. Não temos os sentidos preparados para cada situação. Somos cegos com visão, surdos mesmo ouvindo, sem o tato mesmo sendo tocados, não degustamos mesmo comendo e nos negamos a sentir cheiro mesmo estando respirando. Estamos na fronteira, no limite, na borda da loucura do cotidiano e da loucura de umas férias que parece não ter fim.


As nossas loucuras ultrapassam todos os limites, ao ponto de conseguirmos sentir falta daquele barulho da cidade, do cheiro de poluição, da gritaria dos camelôs, de pessoas que atravessam o calçadão numa pressa e que nem se quer se olham. Isso faz falta? As vezes penso que se isso começa fazer falta, alguma coisa deve estar errada - comigo ou conosco. Mas apesar de sentir a falta disso, ainda gosto da loucura de estar lá, sentada enfrente aquele marzão, sentindo o cheiro da meresia - mar - e ouvindo a gritaria das crianças que por incrível que pareça conseguem se divertir muito com alguns baldinhos de água e um punhado de areia. E quer saber, sinto saudades de sentir isso: FELICIDADE, por coisas tão banais, tão pequenas - aos olhos - e tão grandes para alma. Ainda posso ser louca ao ponto de sonhar que posso viver a loucura de ser criança. E ali diante daquele mar imaginar que eu sou dona do mundo, talvez não poderei consertá-lo, não sei se poderei contribuir para fazer melhoras, mas já sou grandiosamente abençoada por existir neste grão de planeta chamado TERRA, num país abençoado chamado BRASIL e mais precisamente nesta cidade - Ilha - chamada FLORIPA.

2 comentários:

Idylla disse...

Amei o q vc escreveu....faço da maioria das suas palavras as minha....Confesso q gosto sim da zuada da cidade, do corre-corre do dia-a-dia, mas euuu prefiro mesmooooo eh fica de bobeira e não fazer nada principalmente se tiver um marzão perto de mim!!! Hummm...adorooooo!!

Beijos

lihh disse...

" E quer saber, sinto saudades de sentir isso: FELICIDADE, por coisas tão banais, tão pequenas - aos olhos - e tão grandes para alma. Ainda posso ser louca ao ponto de sonhar que posso viver a loucura de ser criança. E ali diante daquele mar imaginar que eu sou dona do mundo, talvez não poderei consertá-lo, não sei se poderei contribuir para fazer melhoras. "

sem comentários.
saudades tiiia !
;/